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Hepatites: O que eu preciso saber?

Maio é o mês de conscientização sobre a hepatite, mas afinal, o que é hepatite?

Hepatite é o nome dado a qualquer processo inflamatório do fígado, seja este causado por bactérias, vírus, fungos ou fármacos.¹ E embora qualquer um destes agentes possam levar o órgão ao adoecimento, a maioria dos casos notificados são causados por vírus, sendo os principais dos tipos A, B, C, D e E. Em 2021, um boletim epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde, demonstrou que no período entre 1990 a 2020, foram notificados mais de 689 mil casos de hepatites no Brasil, sendo que na região Nordeste, concentra-se a maior proporção de infecção pelo vírus do tipo A, na região Sudeste do país, infecção por vírus dos tipos B e C e a região Norte acumula percentuais importantes de casos de hepatite D.²

E quais são os sintomas de hepatite?

Os sintomas entre os diferentes tipos de hepatites podem ser semelhantes, mas a evolução varia de acordo com o agente etiológico, podendo algumas ser totalmente assintomáticas. Contudo, as hepatites virais causadas por vírus dos tipos A, B, C, D e E, na primeira e segunda semana, podem gerar mal-estar, náusea, vômito, dor abdominal, falta de apetite e febre baixa. Após esse período, pode haver icterícia (pele e olhos com aspecto amarelado), coceira e fezes de coloração branca, além de aumento do fígado e baço.³

E como a hepatite é transmitida?⁴

A forma de transmissão varia de acordo com o tipo de vírus.

  • A hepatite A, pode ser transmitida por meio de consumo de água e alimentos contaminados ou por prática sexual do tipo oral-anal.
  • A hepatite B, pode ser transmitida por meio de perfurocortantes sem esterilização adequada ou utilização de material descartável, relações sexuais desprotegidas, uso de drogas com compartilhamento de seringas, agulhas ou outros equipamentos, transfusão de sangue, acidentes perfurocortantes, durante a gestação (mãe/filho) e aleitamento materno.
  • A hepatite C pode ser transmitida por meio de perfuroscortantes sem esterilização adequada ou reutilização de material descartável, transfusão de sangue, uso de drogas com compartilhamento de seringas, agulhas ou outros equipamentos, relações sexuais desprotegidas, acidente ocupacional com perfurocortante, transplante de órgãos, durante a gestação (mãe/filho) e aleitamento materno.
  • A hepatite D pode ser transmitida por meio de perfuroscortantes sem esterilização adequada ou utilização de material descartável, relações sexuais desprotegidas, uso de drogas com compartilhamento de seringas, agulhas ou outros equipamentos, transfusão de sangue, acidentes perfurocortantes, durante a gestação (mãe/filho) e aleitamento materno.
  • A hepatite E pode ser transmitida por via oral-fecal, sendo que esta ocorre tanto sob a forma epidêmica, como de forma esporádica, sendo que em áreas endêmicas de países em desenvolvimento, a cadeia de transmissão da doença é mantida pela contaminação dos reservatórios de água.

 

E qual é o tipo de vírus responsável pelos recentes surtos de hepatite aguda e grave, principalmente na Europa?⁵⁻⁶

Em 15 de abril de 2022, a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou que dez casos de hepatite aguda e grave de etiologia desconhecida foram notificados em crianças com menos de 10 anos na região central da Escócia. Até 8 de abril, foram identificados setenta e quatro casos no Reino Unido e os vírus que comumente causam hepatite viral aguda (vírus das hepatites A, B, C, D e E) não foram detectados nestes casos. Enquanto isso, as investigações acerca da origem dos quadros continuam em andamento.

Os casos identificados apresentaram sintomas típicos da hepatite aguda (inflamação do fígado) com enzimas hepáticas acentuadamente elevadas, muitas vezes com icterícia, sendo esta precedida por sintomas gastrointestinais como dor abdominal, diarreia, náusea e vômitos. A maioria não teve febre. Segundo a OMS, algumas crianças necessitaram ser transferidas para unidades especializadas, sendo que seis necessitaram de transplante de fígado. Até 11 de abril, não houve mortes.

Já em 21 de abril, a OMS informou que ao menos 169 casos de hepatite aguda de origem desconhecida foram relatados em onze países da Europa e um na região das Américas, sendo os acometidos crianças de 1 mês a 16 anos. Destas, dezessete necessitaram de transplante de fígado e houve 1 óbito.

O adenovírus foi detectado em pelo menos 74 casos e, do número de casos com informações sobre testes moleculares, 18 foram identificados como F tipo 41. O vírus SARS-CoV-2 (causador da COVID-19) foi identificado em 20 casos dos testados. Para além, 19 indivíduos foram detectados com uma co-infecção por SARS-CoV-2 e adenovírus.

Em seu Instagram profissional, o pediatra Flávio Melo (UFPB) analisa que “a distribuição geográfica dos casos, leva a se pensar na circulação sazonal de um vírus e o fato dos casos estarem distribuídos em toda faixa etária pediátrica, sem relatos em adultos, reforça a hipótese de o causador ser um agente infeccioso, e não uma situação de contaminação ambiental ou fenômeno autoimune”. Além disso, o médico adiciona que “há predominância da hipótese de o agente causador ser um adenovírus, pois este foi isolado na maioria das amostras e está sendo observado que nos últimos meses, houve um aumento na incidência de circulação deste vírus nas regiões em que os casos ocorreram”.⁷

Ainda não se tem informações sólidas sobre o agente causador dos casos relatados pela Organização Mundial da Saúde, mas as investigações continuam.

Como se prevenir?

Além de cuidados relacionados à higienização adequada de alimentos e consumo de água limpa (fervida ou filtrada), é necessário atentar-se quanto ao uso de materiais perfurocortantes sem esterilização adequada ou reutilizados e utilizar preservativo feminino e/ou masculino durante as relações sexuais.⁴

A vacinação também é essencial para a prevenção de hepatites. Atualmente, as vacinas contra as hepatites dos tipos A e B fazem parte do calendário vacinal do Sistema Único de Saúde (SUS), com esquema completo contendo dose única e 3 doses, respectivamente. Estas também estão disponíveis na rede privada.⁸ Consulte a equipe de Enfermagem do Clude Saúde para verificar sua carteira de vacinação, receber orientações necessárias e tirar dúvidas.

Referências:

1. SALOMÃO, R. Infectologia: Bases Clínicas e Tratamento. 2017. Ed. Guanabara Koogan, RJ.

2. Boletim Epidemiológico de Hepatites Virais. MS, 2021. https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/boletins/boletins-epidemiologicos/especiais/2021/boletim-epidemiologico-de-hepatite-2021.pdf

3. C. P., Celso. Porto, Arnaldo. L. Clínica médica na prática. 2016. Ed. Guanabara Koogan. RJ.

4. Ministério da Saúde. A, B, C, D e E de hepatites para comunicadores. 2005. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/hepatites_abcde.pdf 5. World Health Organization. 2022. https://www.who.int/emergencies/disease-outbreak-news/item/acute-hepatitis-of-unknown-aetiology—the-united-kingdom-of-great-britain-and-northern-ireland 6. World Health Organization. 2022. https://www.who.int/emergencies/disease-outbreak-news/item/2022-DON376 7. @flaviopediatra. https://www.instagram.com/p/Ccu9-dos-TE/

8. Calendário Nacional de Vacinação. Programa Nacional de Imunização do Ministério da Saúde. 2021. https://www.saude.go.gov.br/files/imunizacao/calendario/calenda

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